quarta-feira, julho 30, 2008

Catedral de Reims


AUTOR: Jean l'Orbais (planos originais - séc. XIII)
ANO: 1211-1400

Tenho, no que à arquitectura diz respeito, um imenso fascínio pelo gótico. O que é inteiramente racional não satisfaz por completo a minha sensibilidade estética. A arte deve dilatar a mente um pouco para além dos limites da compreensão. A arquitectura gótica é uma arte que alcança os seus efeitos mais transcendentes obedecendo a leis geométricas tão estritas como as que determinam as pirâmides; mas, aqui, a geometria é a servidora da arte e não o contrário. Assim, tenho perante uma catedral gótica aquela sensação de esmagamento, de sentir-me imensamente pequeno, mas com o conforto de saber que estou perante uma obra humana e que o engenho do homem realmente não tem limites. O “Gótico”, assim chamado cinicamente pelos italianos que consideravam este estilo bárbaro, desabrochou na Ilha de França, no século XII. Daqui expandiu-se rapidamente para os países vizinhos, muito pela acção dos monges Cistercienses (os “missionários do gótico”). Estes, procuravam erguer abóbadas cada vez mais altas, sobre paredes bem rasgadas por vãos preenchidos com vitrais, tornando-se autênticos santuários de vidro. Carlos VIII chamou à Catedral de Reims “a mais nobre de todas as igrejas do reino de França” e, sem dúvida, representa o ideal gótico de construção religiosa. A perfeição harmoniosa das suas articulações distingue esta catedral do seu modelo de Chartres; as acentuadas linhas verticais levam-nos o olhar a admirar o impulso ascendente das ogivas (a 38m de altura). No exterior podemos ver como as magníficas esculturas se fundem perfeitamente com os elementos arquitectónicos. A elegância da composição e a riqueza da decoração tornam a fachada de Reims a mais reputada das fachadas góticas.

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