terça-feira, agosto 30, 2005

Bombas sobre Santa Maria del Pilar


Na madrugada de 3 de Agosto de 1936, um avião republicano sobrevoou a cidade de Saragoça, volteando sobre a basílica da Virgem e largando três bombas sobre o templo. Duas atingiram o telhado do edifício e uma outra caiu no pátio. O curioso desta história é que nenhuma delas explodiu, o que foi apontado desde logo como mais um espantoso milagre da Virgem.
As duas bombas que atingiram o edifício ainda hoje estão expostas no seu interior, intrigando todos aqueles que não estão a par do acontecimento.

A explicação mais racional para o facto de nenhuma das bombas ter explodido encontra-se no facto do avião voar a muito baixa altitude e, como tal, a altura não ser suficiente para despoletar o sistema que induz o explosivo.
Seja como for, este é um episódio curioso da Guerra Civil de Espanha.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Aonde pára "La Rana"?


Quem visita pela primeira vez Salamanca e não souber da história, pasma quando vê um ror de pessoas especadas a olhar para a porta da Universidade. Apesar do espantoso trabalho de cantaria (autêntica filigrana), não percebemos a insistência e a atenção votadas.
Afinal, o mistério está em descobrir "la Rana" (a Rã). Segundo a lenda, o estudante que a descobrir acaba os seus estudos e casa-se. Se já for casado, pode pedir um desejo que se cumprirá.
Para aqueles estudantes que fiquem aflitos perante esta fachada, fica aqui uma pista para a descoberta:

domingo, agosto 21, 2005

Catedral de Tuy



Já uma vez tinha entrado neste curioso e imponente edifício, mas a visita tinha sido demasiado fugaz. É desde logo curioso, pela mistura de estilos (românico, gótico, renascentista e barroco), pela imponência e majestade que ainda transpira.


O seu portal, já gótico, é magnífico e, desde logo, a nossa vista perde-se aí, na miríade de figuras que podemos contemplar e procurar o significado. Destaque-se, a primeira figura a contar da direita, o rei Afonso IX, patrono do edifício e marido da nossa D.Teresa, a obreira do Lorvão, referida no post anterior.

O interior não é menos fascinante. A pesada estrutura granítica esmaga-nos, tanto mais que algo nos desconcerta ao identificarmos claramente o estilo românico - à semelhaça de Santiago de Compostela, mas de uma dimensão mais próxima de uma Sé Velha ou Sta Cruz de Coimbra - com um remate de abóbada claramente gótico. Como a estrutura original não estava concebida para tamanhas alturas, rapidamente se improvisaram soluções para estabilizar o edifício que ameaçava ruir com o peso da abóbada. À falta dos arcobotantes típicos do gótico, utilizaram-se uns tirantes entre os pilares que suportam a abóbada. Estes foram aplicados ao longo dos séculos, sendo o último do séc. XVIII.

Muito há de interessante para observar, nos altares e capelas interiores. Mostra-se aqui este invulgar Cristo (verde!?) apenas para aguçar o apetite.


O claustro (gótico cisterciense, semelhante ao de Alcobaça) e os jardins do paço episcopal, com excelente vista sobre Valença, são um deleite para os sentidos.

No final, ainda tive um bónus, com um admirável concerto de órgão absolutamente inesperado!