sexta-feira, julho 09, 2004

Vermeer de Delft (1632-1675)


Nos Países Baixos, no séc. XVII, contrariamente ao que sucedia na Itália, França, ou mesmo na vizinha Flandres, os pintores não recebiam encomendas para as igrejas (devido ao protestantismo) e raramente trabalhavam para os palácios. Aquilo que se encomendava, com alguma frequência, eram os retratos. Daí que grande parte das obras de pintura holandesa, deste período, sejam retratos.
Vermeer não é excepção e praticamente todos os 36 quadros conhecidos do pintor sejam isso mesmo – retratos.
É assim um retrato o quadro recentemente leiloado deste autor pelo valor astronómico de 24,4 milhões de euros. Este valor é tanto mais astronómico dada a pequenez do quadro (sensivelmente do tamanho de uma simples folha A4), a incerteza em que esteve envolvido quanto à autoria e o tema “Jovem Sentada ao Virginal” já recorrente.
Vermeer, que durante muito tempo foi um pintor quase anónimo – o seu nome era comum na época e há vários pintores Vermeer neste período – foi descoberto pelo crítico francês Thoré Bürger, em 1866. A partir daí, o seu legado ganhou relevância e influenciou alguns artistas do século XX.

domingo, julho 04, 2004

Chanceler Rolin



Nicolas Rolin(1376?-1462), nasceu numa família burguesa. Através da tenacidade e da astúcia tornou-se Chanceler do Duque da Borgonha, Filipe o Bom. Foi um homem extremamente rico e influente, que se manteve no cargo durante mais de quarenta anos. É este homem poderoso que Jan van Eyck, o pintor da corte, retrata neste quadro.
A importância da personagem vê-se na altivez da figura, representada de joelhos, mas à mesma altura da Virgem. Na riqueza do vestuário e luxo do palácio.
O rosto é o de um homem implacável (acusado de vender Joana d'Arc aos ingleses) que tudo fazia para propiciar ao Duque o luxo que tanto apreciava, sobrecarregando de impostos os camponeses e esmagando as revoltas.
Para além deste espantoso retrato psicológico, típico da pintura flamenga, poderemos admirar, neste pequeno quadro, a paisagem urbana que se vê pela janela. Destaca-se a ponte, a catedral gótica, os vinhedos e o pulsar de todo um universo que dali se pode avistar, já que esta cidade não representa, em concreto, qualquer cidade conhecida.
Para se admirar com pormenor esta obra-prima, exposta no Louvre, basta clicar na imagem para a ampliar.