 
    20 de Setembro de 1533 — António Correia  denunciou Duarte Fernandes por não comer toucinho.
23 de Setembro de  1553 — Jorge  Pulga, escrivão do  cardeal, denunciou o padre S.  Miguel por dizer que nem o rei nem o  cardeal nem mesmo o Papa  poderia tirar uma colher de sua  casa.
21 de Janeiro de 1554 — Francisco  Vaz  denunciou o seu irmão Jorge Vaz.
12 de Janeiro de  1554 — Diogo  Antunes, estudante  dos Jesuítas, disse que foi a  casa de um calceteiro e que  este tinha na parede uma estampa com um  santinho com teias de aranha.
18 de Janeiro de  1554 — Catarina  Vaz de  Abrantes denunciou Nicolau Castanho, cristão-novo, por cuspir no rosto de Nossa  Senhora.
23 de Janeiro de  1554 — Compareceu Gomes de  Leão, que denunciou o  licenciado António Gonçalves,  que disse que gostava mais de forcas que  de crucifixos.
6 de Junho de 1554 —  Compareceu Paula Gomes, que  denunciou o marido, Pedro Gonçalves, que  disse que não sabia se havia  Cristo.
18 de Junho de 1554  —  Compareceu o ourives  Pedro Rodrigues por ter dito  que certas mulheres iam à romaria da Senhora da Luz menos por devoção do que por poucas vergonhas.
7 de Setembro de 1554 — Compareceu Manuel  Gomes, cristão-novo, e denunciou  Manuel Fernandes, algibebe do  Porto, por ter dito que aquela romaria  não se devia chamar Senhora da  Rapa.
1 de Janeiro de 1555 — Gonçalo Fernandes denunciou dois flamengos que faziam figas ao Senhor crucificado.
31 de Janeiro de  1555 — Compareceu Baltasar  Gomes, ourives, que denunciou um  flamengo que não tirou o  barrete quando passava diante da cruz.
2 de Março de 1555  —  Diogo Martins, castelhano,  disse que Henrique Soares anda fugido  à Inquisição de Sevilha.
9 de Março de 1555  —  O padre Luís Neto, capelão  da Sé, acusou um inglês chamado  Ricardo, que disse que o Papa  canonizava os santos por  dinheiro.
18  de Junho de 1555 —  O Sr. Bispo D.  André denunciou o estudante Pedro de  Sousa, que não quis retratar-se das  conclusões erradas que defendeu na  Universidade de Coimbra. O  bispo   acha este  estudante muito  inteligente.
9 de Setembro de  1555 —- Joana  Teixeira denunciou  seu marido, Tomé Cardoso,  porque ele casou outra  vez.
9 de Setembro de  1555 — João de  Paris, relojoeiro  francês, denunciou o inglês Marcos,  mestre da Nau, que disse que não era  preciso rezar aos santos,  bastava fazê-lo a Deus.
17 de Setembro de  1556 — Graça  Dória  denunciou Mécia Vaz por dizer que no mundo só  há nascer e morrer.
21 de Janeiro de 1556 — André  Pires,  padre de Sarzedas, denunciou António Rodrigues por ter dito que Nossa Senhora era  judia.
16 de Fevereiro de  1556 — O jesuíta João Dício  acusou o flamengo Reiner,  lapidador de pedras, por ter dito que  era mais virtuosa a vida dos casados  que a dos religiosos.
26 de Março de 1556  —  Ascenso Fernandes  denunciou Pedro de Loreto, carpinteiro francês, por comer carne à sexta-feira.
22 de Abril de 1556 — Francisco  Gonçalves denunciou Rodrigues Álvares, escrivão,  por vestir aos sábados pelote, calça preta, boas botas e roupão esverdeado,  com pesponto de seda e alamares,  ao passo que nos dias santos traz  só gabão de mangas  curtas.
10 de Julho de 1556 — Fernando Afonso denunciou dois hereges de Ponte de Lima, que disseram que a hóstia era apenas pão.
4 de Agosto de 1556 — Francisco Dias denunciou a mulher dizendo que era judia.
11  de Janeiro de 1557 —  Gonçalo Pereira  denunciou o mouro Cosme de  Sesimbra por ter dito que Nossa Senhora não era virgem.
15 de Janeiro de  1557 — Duarte  Rodrigues denunciou  Grácia Fernandes por não  querer trabalhar ao sábado.
30 de Abril de 1557  —  Manuel Borges denunciou  António Gonçalves por ter dito  que dormir com uma mulher não era mal  nenhum.
4 de Agosto de 1557  —  O licenciado Garcia Mendes  de Abreu acusou um  cristão-novo de dizer, sobre a virgindade  de Nossa Senhora, o seguinte: «Como é que se pode tirar a gema ao ovo  sem quebrar?»
30 de Agosto de  1557 —  Compareceu Catarina  Rodrigues, que denuncia G. Botelho,  cristã-nova, por ter tido relações  sexuais com o demónio (Nota do senhor  inquisidor: «Por não se dar crédito  à testemunha, arquivou-se o  processo».)
29 de Setembro de  1557 — Compareceu Gomes de  Abreu e disse o seguinte:  «Quando há dois anos a nau S. Bento  vinha da índia e naufragou, deram à Costa do Natal e o denunciante disse "preze a Deus que me  leve a terra de cristão para eu morrer  lá". E isto foi ouvido por Garcia de  Cárceres, mercador de pedreiras, que  respondeu: "Para morrer tanto faz cá  como lá."»
16 de Outubro de 1557 — O ourives flamengo Hans Van Mustre acusou o ourives holandês João Bette por meter uma imagem numa pia com a cabeça para baixo.
 
 
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