domingo, agosto 21, 2005

Catedral de Tuy



Já uma vez tinha entrado neste curioso e imponente edifício, mas a visita tinha sido demasiado fugaz. É desde logo curioso, pela mistura de estilos (românico, gótico, renascentista e barroco), pela imponência e majestade que ainda transpira.


O seu portal, já gótico, é magnífico e, desde logo, a nossa vista perde-se aí, na miríade de figuras que podemos contemplar e procurar o significado. Destaque-se, a primeira figura a contar da direita, o rei Afonso IX, patrono do edifício e marido da nossa D.Teresa, a obreira do Lorvão, referida no post anterior.

O interior não é menos fascinante. A pesada estrutura granítica esmaga-nos, tanto mais que algo nos desconcerta ao identificarmos claramente o estilo românico - à semelhaça de Santiago de Compostela, mas de uma dimensão mais próxima de uma Sé Velha ou Sta Cruz de Coimbra - com um remate de abóbada claramente gótico. Como a estrutura original não estava concebida para tamanhas alturas, rapidamente se improvisaram soluções para estabilizar o edifício que ameaçava ruir com o peso da abóbada. À falta dos arcobotantes típicos do gótico, utilizaram-se uns tirantes entre os pilares que suportam a abóbada. Estes foram aplicados ao longo dos séculos, sendo o último do séc. XVIII.

Muito há de interessante para observar, nos altares e capelas interiores. Mostra-se aqui este invulgar Cristo (verde!?) apenas para aguçar o apetite.


O claustro (gótico cisterciense, semelhante ao de Alcobaça) e os jardins do paço episcopal, com excelente vista sobre Valença, são um deleite para os sentidos.

No final, ainda tive um bónus, com um admirável concerto de órgão absolutamente inesperado!

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