sábado, maio 08, 2004

O Código Da Vinci


Depois de ler o excelente livro de Philip Roth “A Mancha Humana”, resolvi desanuviar um pouco e embrenhar-me no best-seller do momento, que versava assuntos que sempre exerceram algum fascínio sobre mim – os Templários, as sociedades secretas, enfim, o hermetismo em geral.
Contudo, sob este ponto de vista, o livro é uma desilusão. Longe, muito longe, daquele que considero ser a maior obra-prima do género “O Pêndulo de Foucault” de Umberto Eco (e não o “Nome da Rosa”, como os nossos críticos que não leram mais nada de Umberto Eco, afirmam). Este sim, põe-nos a fazer roteiros turísticos à procura de desvendar segredos dos Templários, Rosa-Crucianos, etc.
O livro de Dan Brown é literatura do mais 'light' possível. Destina-se a um público muito pouco exigente. Todo o livro está construído sem profundidade e apenas tem como preocupação deixar uma ponta solta para o capítulo seguinte, de forma a que a leitura se torne quase compulsiva. Os capítulos são pequenos e vão-se devorando rapidamente. Sob este ponto de vista, o livro é eficaz, contudo nunca temos a ilusão de estar a ler um grande livro. Como em qualquer filme de acção/mistério (para o qual o livro vai servir de argumento) estamos apenas à espera do final. Depois, tudo se esquece.