domingo, abril 04, 2004

SNS


A semana passada tive de levar o meu filho às urgências hospitalares. Era Domingo e de repente ele ficou com febres muito altas que teimavam em não baixar, mesmo com analgésicos.
Foi atendido por um médico espanhol, situação cada vez mais frequente no nosso país. Este fez-lhe um rápido diagnóstico, infecção na garganta. Receitou-lhe um antibiótico e mandou continuar com analgésicos.
De madrugada começou com vómitos e diarreia. Alarmado, fui novamente às urgências. Desta vez era um médico português, que despachava a velocidade recorde todos aqueles que estavam à espera. Quando chegou a minha vez, percebi porquê. Completamente ensonado, sem se dignar olhar para a criança, ouviu-me falar em vómitos, receitou-lhe de imediato “Primperam”, para parar os vómitos.
Nesse mesmo dia fui ao pediatra, que diagnosticou uma virose intestinal. Com tratamento adequado, rapidamente melhorou.
Hoje, li no jornal, que no Hospital de Faro, uma criança foi levada quatro vezes às urgências, devido a febre altíssima. Invariavelmente foi mandada para casa, sem que se dignassem examinar o caso com atenção. A criança acabou por morrer em casa com uma septicemia generalizada...
Pela experiência que tive não me admira nada que isto aconteça com frequência!
Era bom que repensassem seriamente e urgentemente os critérios de selecção dos alunos que ingressam nas faculdades de Medicina. Enquanto imperarem exclusivamente os critérios das elevadas notas no secundário, sem tomarem em conta os aspectos vocacionais, muitas situações destas vão continuar a proliferar. Muita da experiência que tenho com os serviços de saúde, mostra-me, com demasiada frequência, a completa falta de sensibilidade da classe médica.

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