Lucy é o nome do esqueleto, de uma quase completa
Australopithecus afarensis, encontrado em 1974 na localidade Afar (AL) 228, um sítio arqueológico na região Hadar, sobre o Triângulo Afar da Etiópia. Os 52 ossos encontrados datam de cerca de 3,18 milhões de anos e, apesar de não terem sido os únicos encontrados na região, pois até ao momento mais de 360 esqueletos foram lá encontrados, a sua descoberta popularizou o tema das origens do Homem. Ainda mais, após o baptismo de Lucy, em homenagem à famosa canção dos Beatles, muito escutada na época.
A descoberta de Lucy provou a enorme importância da bipedia para o desenvolvimento do cérebro. Na época em que Lucy viveu, a América ainda não se tinha destacado
de África e a Península Arábica ainda não se tinha formado, a região de Afar não era desértica, predominava a savana e a floresta e a bipedia constituiu uma adaptação à vida em áreas mais abertas. A postura erecta protege mais o corpo da luz solar, mantendo-o mais frio, apesar das áreas sem sombra. Também permitia a estes seres proteger-se melhor dos perigos escondidos no 'capim' da savana e libertar as mãos para tarefas mais úteis como a utilização e, mais tarde, o fabrico de instrumentos. Assim, Lucy aparece-nos como um ser híbrido, em que da cintura para baixo parece-se com um ser humano e da cintura para cima parece-se com um macaco. O seu crânio não era maior que o de um chimpanzé actual.