Na arte, os assírios inspiraram-se fortemente nas realizações sumérias, todavia reinterpretaram-nas e deram-lhes um carácter próprio. Nos baixos-relevos, as caçadas régias aos leões são um tema recorrente para a glorificação pessoal do monarca. Destes, sempre me impressionou esta imagem da leoa moribunda, do palácio de Assurbanipal, que possui (como diz H. W. Janson) “uma inesquecível grandeza trágica”. A rigidez das patas traseiras, devido à espinha quebrada, revela uma atenta observação por parte do artista, certamente familiarizado com estas caçadas. Este, apesar de não reproduzir com total exactidão anatómica o animal, captou com uma expressividade impressionante a sua agonia. A leoa, apesar de ferida de morte, arrasta-se ainda a rugir, pronta a atacar. As curvas fluidas traduzem notavelmente o movimento do animal.
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